Novidades na liga dos Emirados Árabes para a próxima temporada: três
clubes que jogariam a primeira divisão em 2017/18 agora serão apenas um. Al
Ahli (de Everton Ribeiro), Al Shabab e Dubai Club irão se fundir para criar o Shabab Al Ahli
Dubai, que provavelmente irá competir na primeira divisão.
A decisão foi tomada pelo xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum,
primeiro-ministro dos Emirados Árabes e vice-presidente do país. Na próxima
temporada, o Campeonato Emiradense teria cinco clubes de Dubai, e a argumentação
é que a cidade não teria como comportar tantos clubes grandes na primeira
divisão. “Nosso objetivo é construir um clube que possa competir regional e
globalmente”, resumiu o xeque.
A média de público é uma prova de como Dubai, assim como todo o futebol
nos Emirados, encontra problemas para prosperar. Na última rodada desta
temporada, o Al Shabab atingiu um recorde negativo na liga, levando apenas 72
pessoas ao seu estádio contra o Al Wahda. Mesmo o Al Ahli, atual campeão nacional e classificado
às oitavas-de-final da Liga dos Campeões da Ásia, tem uma média baixíssima de
público, de menos de três mil torcedores.
Segundo Al Maktoum, um novo e forte clube em uma das cidades mais
atraentes do mundo não deverá ter problemas em, com boas estratégias de
marketing, angariar mais torcedores, mais nomes de destaque no futebol mundial
e sucessos continentais.
Junto da decisão, divulgada na última terça, foram lançados ainda o
novo escudo provisório, além das novas cores do Shabab Al Ahli Dubai,
utilizando um pouco de cada um dos três clubes. As instalações a serem usadas
serão as do Dubai Club, no subúrbio da cidade. O time vinha em ascensão, tendo
obtido a vaga para a primeira divisão nesta temporada.
Everton Ribeiro pode voltar ao Brasil |
O caso agora é saber se o próximo campeonato terá 12 ou 14 clubes. Há a
possibilidade de “repescar” os rebaixados Bani Yas e Ittihad Kalba, mas um
playoff envolvendo o Fujairah, time agora treinado por Diego Maradona, não está
descartado. Garantidos mesmo estão Al Ain (da cidade de Al Ain), Al Dhafra (de Madinat Zayed), Al Jazira e Al Wahda (de Abu Dhabi), Al Nasr e Al Wasl (de Dubai), Ajman (de Ajman), Emirates e Hatta (de Hatta), Dibba (Fujairah) e Al Sharjah (Sharjah).
Além das condições estruturais de ter tantos clubes de primeira divisão
em uma cidade de três milhões de habitantes, há ainda, claro, as finanças. Por
incrível que possa parecer para quem vê do Brasil, o Al Ahli, o maior dos
clubes envolvido na fusão, está endividado após apostas caras e malfadadas em
nomes como Asamoah Gyan e Oussama Assaidi, além de vários problemas administrativos
nos últimos anos.
Por enquanto, a presença dos jogadores brasileiros que estavam nestes
clubes ainda é incerta. Everton Ribeiro, com contrato até 2019, vem sendo
especulado para retornar ao Brasil, e a mudança de clube pode fortalecer essa
ideia. Já Henrique Luvannor, brasileiro naturalizado moldavo que joga no Al
Shabab, tuitou que “não tem ideia do que irá acontecer”. Se tudo ainda está
meio enevoado, certo mesmo é que o Shabab Al Ahli Dubai vem para mudar as
estruturas do futebol asiático.
Imagens: Ahdaaf e Globoesporte
Colaboração: Ahdaaf
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